Hoje passei um par de horas, ao serão, a vasculhar as gavetas do monolítico artigo de carpintaria que preenche a parede do meu antigo quarto, agora tornado sala de arrumos, ou sala-do-piano, ou sala-de-leitura - ninguém faz lá nada mais condicente com outra além da primeira designação. Procurava uma fotografia em particular, nem recente nem antiga. Em vão.
A tarefa obrigou-me, claro está, a passar os olhos por outras tantas. Tantas!
Adoro estas incursões cíclicas pelo arquivo meio morto, meio vivo onde jaz a memória de papel da família.
No fundo, adoro as fotografias. São terapêuticas, pois operam no nosso expectro das emoções possíveis - onde se encontram também as extremas - como uma vergastada leve nas costas de um seminarista: se estamos demasiado tristes, mostram-nos que já fomos felizes, se estamos demasiado felizes, lembram-nos que somos mortais.
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3 comments:
Pois é coisas boas! as arrumações não nos dão muita folga para outras actividades... mas é pena escrever tão pouco, quando é tão agradavel o que escreve...
Eu cá tinha as minhas razões... "coisas boas"... são tão raras...
Um Bom Natal e um Ano 2008 cheio de (realmente) coisas boas.
Uma beijoca!
E a preguiça, Joaninha, e a preguiça? Estamos a esquecer-nos da preguiça. Também é uma coisa muito boa, hein?
Agradeço e retribuo os votos de Bom Natal e de um 2008 cheio de coisas booooas, no plano real e virtual!
:)
This is great info to know.
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